27/09/2009
Sutil Detalhe
14/09/2009
Greg Noll: Parte III

Em 1969, Greg mais uma vez retornou ao Hawaii, e parecia que chegou na hora certa e no momento certo. Em 4 de dezembro um épico swell chegou na costa. O surf estava gigantesco. As casas foram lavadas da Avenida Kam, conseqüentemente, para chegar à sua amada baía, ele teve que contornar os bairros e resorts, onde um enorme swell estava quebrando sobre a baía e não podia ver nada além de espumas e ondas ao horizonte – sem surf naquele local.
Então Noll pegou a estrada devastada com crateras e pedaços de casa em torno de Kaena Point para o lado Oeste e velha Makaha, onde ele pegou a sua última onda de sua carreira de surfista – a qual fez seu nome gravar para a história do surf no qual conta a vocês hoje – uma onda gigantesca que nenhum homem havia remado. Esse foi seu “adios”. Greg diz, “foi esse dia que a minha fixa caiu e minha vida fez uma reviravolta”.
No final da década de 60 houve tanto a reviravolta na vida de Greg, quanto na cultura surfística e geral – com os longboards sendo substituídos pelas shortboards, e a cultura hippie em face da guerra do Vietnam. “Era uma coisa totalmente diferente, para mim era repulsivo. Eu não entendia isso. E quando o meu pai faleceu, eu estava pronto. Eu pensei que a culpa de San Andreas iria cair rachar e toda L.A. iria descer direto para o esgoto”, diz Greg a respeito.
Em dois anos, Greg havia vendido sua fabrica, botou 15 anos de papéis de trabalho dentro de caixas temporárias em sua garagem (e que ainda está lá). “Laura – mulher de Greg – e eu pegamos um pequeno trailer que eu havia concertado e dirigimos todo caminho até o Alaska procurando um lugar para nós estabelecermos uma nova vida. Nós ficamos por aqui, e conheci alguns índios, então subimos e caçamos veados e pescamos por mais ou menos uma semana, e assim que eu disse, ‘É isso!’, e a maioria disto não parava de acontecer!”.
“Aqui” era Crescent City, onde Greg e Laura atualmente ainda vivem empoleirados no topo de Smith perto do Cabo Hole, um dos melhores lugares a pescar truta no rio. Greg se entranhou no comércio pesqueiro na década de 70, possuiu um barco e fez jus àquilo. Pegou massas de peixe, mas nunca navegou muito longe da costa. Laura e Greg criaram e educaram sua filha Ashyline e Jed. Mais tarde, a primeira esposa de Greg e seus filhos, Tate e Rhyn se mudaram para a área. A vida havia se acalmado em um ritmo que, por volta de 1985, Greg recebeu uma ligação de seu antigo amigo, Buffalo.
“Então Buffalo me liga, e me diz, ‘Hey, venha para o Sul, beber cerveja’, eu respondi, ‘Onde está você?’, ele respondeu, ‘”Eu estou em um espetáculo esportivo no sul da Califórnia’. Então Laura e eu viajamos para lá, andamos para dentro desta convenção, onde era onde tudo estava acontecendo – garotas com seus peitos ao vento, pessoas vendendo tudo em nome do surf – e eu estava visualizando todos esses Gotchas e Quiksilvers e Billabongs”.
“Continuando, fiz amizade com Jeff Wetmore, a quem era responsável por este espetáculo. Acabamos ficando bem amigos – pescando, indo para Baja – e conversávamos, e ele começou a puxar essas histórias de mim, finalmente me dizendo, ‘Greg, nós precisamos registrar tudo isso antes que você caduque’. Então ele me apresentou a Andrea Gabbard, e foi assim que lancei o livro (Da Bull: Life Over de Edge). Entre este tempo, Jeff me pede, ‘Olha, eu quero que tu me faça uma prancha – qualquer coisa que você querer – com laminações de redwood ou qualquer coisa’. Eu construí uma prancha, ele a botou pendurada em sua parede e eu nunca mais parei daí em diante”.
Atualmente, Greg trabalha com seu artesão e filho Jed, fazendo em média doze pranchas por ano. Cada uma, uma clássica recriação ou inspiração, sendo aplainadas, cinzeladas, e esculpidas por madeiras redwoods, Koa hawaiiana, cedro Pord Orforf, ou outros tipos de materiais que os historiadores simpatizantes pedem. Fazendo recriação das antigas Olos, das pranchas de Duke Kahanamoku, dos raros Hot Curls, as pranchas de Simmons, e outras especiarias. As maiorias das encomendas custam milhares de dólares e são de colecionadores que não botaram estas muito cedo na água. Greg é um perfeccionista, sendo suas pranchas bastante requisitadas, tendo todo o trabalho que ele precisa. Enquanto isto, há um gigantesco interesse apenas das pranchas antigas.
Whitey Harrison, Doc Ball, Leroy Grannis
Pranchas que em 1962 ele vendia por R$ 120, hoje atualmente pode chegar dos 5 à 10 mil dólares. Leilões de pranchas tornaram-se grandes eventos e muitas vezes tendo fóruns para levantar dinheiro para organizações sem fins lucrativos. O mercado dos colecionadores está no auge, e algumas das mais desejáveis pranchas são as de Greg.

Enquanto a história do nosso esporte vem cada vez mais documentada, a história das pranchas, como uma expressão de progressão de designes e materiais, assume uma concomitante importância. Para os historiadores, assim como eu, estes veículos são uma sublime interpretação do espírito criativo dos tempos. Mas a arte de Greg Noll encontrou uma culminação ao se basear nas pranchas primitivas – primitiva não em sua função ou estética, mas sim em seu histórico e criadores. As curvaturas e músculos das quebrantes ondas estão talhadas entre esse raro, e feito à mão trabalho, e a inspiração de Noll é encontrar um essencial casamento da memória sólida inerente à madeira, com a rápida movimentação de forma inerente da onda.
"Nolldini"
“Aqui está ela, a mesma linda mulher (se referindo a Waimea Bay), mas só que agora está paquerando a próxima geração e a geração seguinte. Mas a última vez que a vi, eu juro por Deus cara, eu a olhei e notei que ela piscava para mim. Você sabe, quando aquela série grande vinha, o sol dançando sobre ela e o vento a acariciando, ela me olhou e disse: - Ei Greg Noll, eu lembro de você.” – parte retirada do filme Riding Giants na qual faz qualquer um se emocionar.
Bibliografia: Riding Giants; Greg Noll - The Art Of The Surfboard
31/08/2009
Greg Noll: Parte II

As ondas de Waimea Bay eram conhecidas como kapu (proibidas) para os surfistas desde 22 de dezembro de 1943, quando Woody Brown e Dickie Cross tiveram sua terrível história passada por estas águas (http://backtosinglefins.blogspot.com/2009/05/dickie-cross-22-de-dezembro-de-1943.html). Mas no dia 7 de novembro de 1957, claramente em sua instigação, Waimea foi surfada pela primeira vez por uma dúzia desafiadora de surfistas, incluindo no meio Pat Curren, Harry Schurch, Del Cannon, Mickey Muñoz, Mike Stange, Bob Barmell, e não menos importante, Greg, proclamando o fim do tabu.
Diz Stange, “No primeiro dia em Waimea, ninguém tinha esta idéia de surfar aquelas ondas, exceto Noll”. Dalí em diante, a perseguição de ondas grandes estava apenas começando.
“Greg era bom e engraçado para surfar junto porque era tão competitivo! Quando ele era jovem, era um surfista hotdog, mas quando começou a ficar velho e maior, ele se focou em ondas maiores. Ficava sentado lá fora com José Angel, Ricky Grigg, George Downing, e o resto da gangue, e se alguém de nós pegássemos uma onda boa, ele imediatamente remava para mais fora ainda e sentava lá, hiper-ventilando, esperando uma onda maior ainda! Uma coisa que eu me lembro é quando ele pegou uma onda gigante e eu juro que ele estava com os olhos fechados”, Peter Cole brinca e relembra.
Greg queria surfar também outros tipos de ondas também, seguindo os passos de Bud Browne, filmando o surf e os surfistas de Austrália, Hawaii, e México, produzindo seu primeiro filme, Search For Surf, demonstrando em casas de clube e auditórios de cima para baixo da costa e nas ilhas. Ele fez mais três filmes – “tão bons que não haviam outros”, diz Bruce Brown.
No meio dos anos 60, Gidget foi para Hollywood, o surf explodiu, e a bermuda-presidiária de Greg se tornou um ícone cultural, simbólico das ondas grandes e um destemido compromisso. Noll se tornou um monólito vivo de ondas grandes. Em dezembro de 1964, ele fez jus ao seu limite, remando ao mar adentro em um dia gigantesco para surfar nas magníficas ondas da Terceira Bancada de Pipeline.
Enquanto isso, ele apostou sua reputação (e suas consideráveis habilidades de shapear) daquela primeira garagem no qual ele surfava para finalmente para a fabrica Greg Noll Surfboards’ Hermosa Beach, na qual se fazia de tudo lá dentro.
Dentro deste curso que estava durando 10 anos, pranchas de surf progrediram de Balsa para a tecnologia poliuretano e fibra de vidro, fazendo com que ficasse a tempo para tal demanda. Em fato, a crítica falta de Balsa coincidiu precisamente com os avaliáveis novos materiais. As operações de Noll foi o eixo-central de uma nascente indústria de surf, sendo seguido por outros severos fabricantes (incluindo Jacobs, Bing, Rick, e Dewey Weber em Venice), que coletivamente fez com que South Bay fosse o centro do universo das pranchas. A maior fabrica de todas era a de Noll, na qual era a única que tinha tal habilidade de produzir os blocos de poliuretano independentemente.
“Nós começávamos com 50 galões de material entrando na saída de traz do prédio. Nós misturávamos os polímeros para fazer a espuma e trazíamos o resto do ingrediente para pôr tudo em um misturador automático, que seguidamente entravam em um molde e saíam como blocos de poliuretano. Havia uma maquina que cortava as extremidades e cola para colar as longarinas, assim, deixávamos repousando. Finalizando, as pranchas eram shapeadas, laminadas, a quilha era colocada, lixada, polida, pintada e depois polida novamente. Isso começava num extremo da fábrica e saía pranchas de surf no outro. E cada um desses passos tinha um departamento distinto um do outro, a gente tinha 67 homens trabalhando ao mesmo tempo”, diz Noll.
12/08/2009
Greg Noll: Parte I

Naquele tempo, as típicas pranchas pesavam de 28 a 45 kg, e o surf era praticamente para os homens. Mas na praia em baixo do píer, um jovem chamado Dale Velzy estava shapeando pranchas com as inovadoras madeiras Balsa, sujando a praia em volta do Manhattan Surf Club com as aparadas de madeira de sua nova “Malibu chips”. Estas chips eram menores e mais leves, facilitando que crianças e mulheres pudessem surfar.

Em 1950, em conseqüência da ampla sujeira que ele estava causando, Velzy foi forçado a mover seu trabalho da praia para um lugar não muito longe. Seu novo lugar foi em Manhattan Beach Boulevard e Ocean Drive foi a primeira loja de surf no mundo, e para Greg, que havia sido seduzido pelo encanto de seu mentor, este foi um extraordinário lugar onde um punhado de madeira entrava pela porta e saía como pranchas.
Dale Velzy tinha um forte caráter – um beberrão e um amante de mulheres e carros velozes. Passando a maior parte de seu tempo livre rodeando a antiga loja de Velzy, que Greg aprendeu suas habilidades fundamentais de shapear e laminar pranchas. Aprendeu o básico de trabalhar em Balsa, tecido e resina. Começou a trabalhar como reparador de pranchas, onde mais tarde foi promovido para um status mais confiável enquanto a balsa entrava em moda. A Balsa na época (atualmente também) era muito cara, então os surfistas traziam suas pranchas típicas do Pacific Home Systems para re-shapear, onde eram feitas com combinações de redwood e Balsa. Retirando as bordas de rewood da prancha e modelando a prancha somente de balsa.
Isso tornou o ofício de Greg em remover as madeiras velhas das pranchas e mandar para Velzy fazer seu trabalho modelando uma prancha mais contemporânea e limpa, assim laminando após. A primeira prancha que Greg shapeou foi de um rapaz chamado Jerry Cunningham, cujo rapaz trouxe a prancha para ser re-shapeada e transformada em uma nova “Malibu chip”. Após de ter retirado as redwood da prancha, Greg trouxe para Velzy terminar o trabalho, mas como Velzy havia esquecido, Greg aproveitou e pegou suas ferramentas e shapeou a prancha por completo. Quando Velzy chegou e viu a prancha pronta, ele olhou para Greg... olhou para a prancha... olhou para Greg... olhou para a prancha... foi daí que Greg tocou a última vez nas ferramentas de Velzy.
Obviamente que o dono da loja havia reparado certa competição futura, em diante, Greg começou a fazer sua própria prancha.
Noll shapeou sua primeira prancha entre o varal do quintal de casa de seus pais, mas foi rapidamente banido quando seus pais testemunharam a catastrófica conseqüência de todo o processo. Então mudou seu trabalho para uma garagem de duplo espaço em Homer Street em Manhattan Beach começando, assim, a construir pranchas para si e seus amigos. Ele tinha uma dádiva no quesito trabalho artesanal, rapidamente fazendo com que suas pranchas fossem singulares pela vizinhança.
Enquanto isso, Greg estava desenvolvendo suas habilidades na água. Embora ele fosse um garoto rígido, ele era forte. Era um ótimo remador (alguns dizem que 90% do surf é a remada) mais tarde tornando-se um salva-vidas de Los Angeles. Tirou em 3º lugar em uma travessia chamada Catalina – uma remada de 26 milhas da ilha ao continente – apesar de ter se perdido na neblina e ter chegado à terra firme 6 milhas acima da costa. O treino de salva-vidas deixou ele em uma forma física elevada dando a ele um ótimo conhecimento dos riscos do oceano, assim o prevalecendo em ondas grandes.
Surfando nas menores, mais radicais e leves pranchas de madeira Balsa que Velzy o ensinou a construir, Noll se transformou um dos melhores surfistas de “South Bay” e Malibu, tendo seu estilo próprio e copiado no meio da década de 1950. Mas ele descobriu o seu amor verdadeiro nas ondas grandes encontrando um lugar perfeito a isso em Lunada Bay, fora da península de Palos Verdes, na qual recebia os típicos swells de inverno tanto no quesito estabilidade quanto no de tamanho e potência.
Aproximadamente em 1954, quando seus amigos mais velhos começaram a imigrar às ilhas hawaiianas em busca de ondas grandes de Makaha, o garoto de 16 anos estava apto para o desafio. A tentação do Hawaii por Greg e seus amigos californianos foi registrada por Bud Browne, um cinegrafista no qual criou o gênero filme surfístico. Suas imagens de ondas transparentes sendo alisadas gentilmente pelas brisas tropicais foram muito para resistir, mas a realidade de viver e surfar nas ilhas veio com um preço. Greg tinha que merecer o respeito dos locais do relativamente isolado lado oeste de Oahu, isso mais tarde significaria em levar uma surra. “Eu achava que era um pequeno preço a pagar para ter a chance de tomar cerveja, ouvir a música ao vivo, e ser parte da gangue”, diz Greg.

Foi a sua remada que mereceu Noll um lugar no time de salva-vidas U.S. que viajou para Austrália para competir a remada e o surf-salvamento coincidente com os Jogos Olímpicos de 1956 em Melbourne. “Mike Bright, Tommy Zahn, Bob Burnside, Bob Moore, e eu trouxemos as nossas pranchas para Torquay”, Noll relembra, “Isso foi depois da corrida de remada, e Mike Bright e eu pegamos as nossas pranchas e remamos para dentro d’água. Eu me lembro de ter pego uma onda, virar um pouquinho, e fazer um pequeno cutback, e então olhei todas essas pessoas gritando em torno da praia, eu pensei que alguém havia sofrido algum ataque no coração”.
Naquela época, as pranchas australianas tinham como modelo-base somente a prancha de Duke, quando este visitou o continente em 1914 deixando sua prancha para os locais seguir em frente a prática. Sendo que em 1956 a última geração de pranchas eram as Cook Box e as Redwood Planks. Um grande crowd tomou conta da praia, junto com a imprensa, fazendo Noll e sua companhia, primeira página do jornal Sidney.
O patrocinador da Olimpíada, Ampol Oil, filmou tudo, fazendo circular em quase todos os clubes de surf do país. Daquele dia em diante, o Aussies ainda chama as pranchas tradicionais de “Mal”, em consideração às Malibu’s ships.Greg bota em questão, “O surf em si tem uma relação na cultura australiana. Se não fosse nós, poderia isso ter acontecido com qualquer outra pessoa, mas o nosso surf atingiu feito um cometa. Da carroça eles partiram para o Porsche”.
22/07/2009
Pictures: Parte I
18/07/2009
Contato com a Ilha

08/07/2009
Um dia de inverno









“Se você comparar a mesma devoção de uma busca religiosa... Você acha que alguém o chamaria de um religioso fanático? Provavelmente não. Quando você considerar que o surf é realmente, mais do que tudo, uma fé e uma devoção à essa fé, se tornando supremo em sua vida... Não há nada como ser um surfista fanático.” Riding Giants.