Muitos surfistas, ou melhor, quase todos sonham em viajar ao Hawaii, pegar a sua prancha e ir direto a Pipeline ou Off The Wall, pegar suas ondas, respeitar os locais (obrigação querendo ou não), sentar na areia de Waimea e depois ir embora falando que aproveitou a ilha ao extremo. Por favor, de todas as oportunidades que lá oferece, fazendo o que eu havia dito, você estará aproveitando apenas 1% de toda a ilha. Sim, chegue à ilha e faça aquele surf esperado pela vida toda, mas não limite-se a isso, Hawaii tem muitas portas abertas para os surfistas não-plásticos, há uma sopa de cultura e história borbulhando nele.
Vá ao Bishop Museum e sinta o cheiro de uma cultura esquecida e linda, converse com alguém importante de Moana Hotel que este alguém te deixará de queixo caído de tantas histórias que rondam os corredores, atravesse a rua e vá para o Outrigger Canoe Club e faça amizade com os praticantes, pegue um pranchão de madeira e vá para Waikiki surfar ao lado de Diamond Head, aprenda algumas palavras do dialeto hawaiiano, escale um coqueiro e coma um abacaxi dos campos perto da costa norte, converse com o cidadão mais velho, coma uma comida típica da ilha e não comercial, nade um pouco em Makaha, medite nos areais de Waimea que lá tem forças além do imaginável – não apenas dos tempos modernos, mas também nos tempos dos sacrifícios humanos –, aprenda um pouco de Ukelele, tome um pouco da bebida enfermentada de abacaxi, converse com Peter Cole ou Ricky Grigg cujo surfistas ainda surfam em ondas grandes e aprendam a realmente ver o surf nestas ondas.
Desculpa a minha ignorância, mas só lhe encomendei 5% do que a ilha nos oferece, a iniciativa é 100% sua, estamos falando em estatística aqui, meu caro.
Obrigado.