02/12/2012

Old Hawaiian's Drinking Songs

Good morning, Vietnam!

Sob o meu ponto de vista, o que mais satisfaz alguém que estuda a história (não necessariamente do surf, mas dos demais assuntos existentes) é quando a pessoa encontra, por sua atitude, algo que fecha ou encaixa as informações de certo ponto estudado.

Em outras palavras, como havia publicado há um tempo a respeito dos Beach Boys (por favor, não se trata da banda pop dos anos 60), o grupo de homens realizavam diversas (e diversas mesmo) festas nas praias para entreter os convidados e turistas mais famosos que Waikiki poderia abrigar. Como uma "bolha de variedades", os garotos da praia ensinavam, principalmente, surf e à noite faziam luaus lendários - até porque se tratavam de profissionais do "bem-estar".

Perguntas não se deixavam calar: Como seriam os luaus em si? Quais eram as músicas que faziam as pessoas quererem sempre voltar?

Então, com um pingo de sorte me deparei com um álbum intitulado de "A Beach Boy Party", gravado aproximadamente em 1963 e literalmente nas areais de Waikiki. Sua turma de músicos era composta nada menos do que: Chick Daniels, Panama, Kalakaua, Abraham Kala (vulgo Fat), Jimmy Hakuole, Squeeze Kamana, Splash Lyons e, nos refrões, Duke Kahanamoku, Harry Robello, Ox, Steamboat, Turkey Love, Splash, Waltah e etc.



Confesso que se não tivesse uma carga história tão valorizada por mim, esses tipos de música iam me passar quase despercebido. Mas, por levar em consideração que Duke e os demais Beach Boys cantavam essas músicas para os seus convidados na era do Romantismo do Surf (denominação dada por mim, a qual cabe perfeitamente à época), ou seja, décadas de 20 a 40, deixou esse escritor emotivo.

Então, para compartilhar esse elo perdido aos amantes do surf e de sua história, tive o trabalho de passar todas as músicas para o Youtube, as quais encontram-se abaixo em ordem do álbum.

De seu verso, transcrevi e traduzi grande parte de seu conteúdo:

"A coisa mais interessante e incomum sobre esse álbum é a primeira vez na história dos Beach Boys, o que remonta ao tempo do rei Kamehameha, o qual foi um grande Beach Boy, que os meninos fizeram uma gravação, para não falar da primeira vez que eles foram cercados por um grupo de fotógrafos. Na verdade, eles são individualistas (...). Contrariamente à crença popular, eles não são particularmente fáceis para aceitar uma bebida, como Robert Ruark diz sobre eles. Mas se você é divertido e interessante, talvez poderá ser incluído no cheque de vez em quando (...).

Waltah Clarke, que agora vive no sul da Califórnia e que se tornou líder varejista do país de sportswear havaiano, tem sido um amigo de longa data do Beach Boys, e foi, provavelmente, a única razão capaz de reuni-los para a satisfação de seus milhares de amigos em todo o país, incluindo quase todas as celebridades de Hollywood e muitas outras pessoas famosas. Waltah sentiu que os Beach Boys e sua música (...) deveriam ser preservados, então, em 1949, ele deu uma festa para uma gravação, mas a fita foi danificada. Agora, quatorze anos depois, ele finalmente teve sucesso. E agora haverá noites frias e de neve que você se sentará junto à lareira com uma bebida ou duas para aquecê-lo e ouvir os meninos com uma lágrima sentimental, ou duas, em seus olhos.

O cantar e o tocar são inerentes aos garotos de praia, quase entretendo profissionalmente, embora os seus verdadeiros trabalhos eram ensinar surf, natação e passeios de canoa outrigger, etc. (e muitos ETC.)."

Boa viagem ao tempo:




(Duke, Harry Robello, Turkey, Ox, Splash, Chick, Steamboat, Panama, Waltah, Fat, Jimmy, Kalakaua, Squeeze, etc.)


(Chick Daniels)


(Fat Kala)


(Jimmy Hakuole, "it's so hard to say")


(Panama)


(Panama)


(Chick Daniels)


(Squeeze Kamana)


(Kalakaua)


(Kalakaua)


(Chick Daniels)


(Chick Daniels)


(Chick Daniels)


(Splash Lyons, Duke, Harry Robello, Ox, Steamboat, Turkey Love, Splash, Waltah e etc.)

22/03/2012

Eu, Eu mesmo e minha Big-Gun!

Good morning, Vietnam!


Hão de saber quanto tempo passou desde os meus primeiros passos em uma prancha.

Sob uma perspectiva virgem daquilo em que eu estava lidando, não houve demora em visualizar o oceano e as ondas de forma antes nunca vista.

Dez anos se passaram e eu estava convicto que aquela mesma sensação – de desconhecimento – seria quase impossível de reprisar. Experiências foram criadas, opiniões foram firmadas, formatos de prancha e estilo de surf me nortearam no que eu deveria focar e no que deveria descartar.

Poderia contar nos dedos todos os detalhes renovadores necessários para satisfazer a minha gana sobre as pranchas, as quais, digo de passagem, foram objetivadas a reviver de forma legítima o espírito e a essência antiga.



Em primeiro lugar, ao longo de toda essa minha trajetória, foi a fixação na quilha “D” e a um outline mais detalhado à época. Inicialmente, percebi que as pranchas de poliuretano e de isopor (epoxi) eram muito limitadas para as minhas exigências particulares. O que eu poderia dizer quando os blocos já vinham pré-moldados com seus bicos mais acentuados do que uma shortboard?

Em meados de 2007 fui apresentado à marca Siebert, data essa em que o próprio empreendedor Felipe encontrava-se na adolescência de sua jornada.

Tanto eu, quanto o próprio Felipe, aprimoramos nossos estudos sobre as pranchas californianas, contemporâneas e antigas. Com um preciso cotejo entre ambas as cenas, a Siebert abriu os olhos da cultura retro-surfística do Brasil, a qual se apresentava adormecida ou humilde demais.

Com essa política conservadora – mas moderada – do nosso esporte, percebi que, com a ajuda da marca, poderia satisfazer todas as minhas exigências. Poderia não! Pude e posso!



O grande problema dos demais shapers é a atitude paternalista e missionária de levar as medidas progressivas para as pranchas clássicas. Ou seja, muito embora fossem contratados a fazer uma prancha clássica, acabavam voltando-se para certos apegos progressivos, subtraindo toda a essência do que deveria ser feito.

Foi desse trabalho magnífico com a Siebert que nasceram três pranchas em prol desse escritor. A última, construída ao longo de 2010, objeto do presente artigo, trata-se de uma réplica de uma Big-Gun de 1957, com 11.5 pés de comprimento, pesando 20 kg. Seu desenho foi criado pelo surfista e mestre Pat Curren para ondas de Waimea Bay, Makaha e Sunset Beach.



No começo, houve hesitação sobre a sua produção, bem como concernente ao seu êxito sobre as ondas. Mas foi cedido ao acaso. A prancha foi concluída, testada e aprovada. Nunca pensei que aquela mesma sensação de surfar um pranchão pela primeira vez iria ser novamente vivida. Eu estava equivocado. O seu êxito em ondas grandes fez concluir o foco de toda essa produção. Ao mesmo tempo em que foi a prancha mais difícil de conduzir, posso dizer inquestionavelmente que foi a melhor prancha a ser surfada.



Esse aspecto é o que merece maior apreciação: muitos, tendo como ponto de vista o surf progressivo – a visão atual e ordinária – poderão ter problema em tentar compreender o “feeling” de surfar com uma prancha de três metros e meio e 20kg. Em outras palavras, antes de tentar entender o modo correto de surfar uma prancha clássica, a pessoa deve – trata-se de um dever aqui – subtrair qualquer ponto comparativo da cena em que está vivendo atualmente.



A evolução do surfista com o seu surf não se trata de aprimorar as suas manobras progressivas. A evolução do surfista com o seu surf é relativa e não absoluta, de modo que surfar uma prancha maior e mais pesada, de difícil movimentação, não se configurará como uma regressão e sim uma demonstração de habilidade, tanto quanto a habilidade necessária para malabarismos sobre uma shortboard.



Aqui, o surf clássico, em comparação ao progressivo, encontra-se num patamar horizontal e não vertical, como muitos surfistas progressivos pensam. Em outras palavras, o surf clássico com pranchas de difícil controle não é inferior, tampouco superior ao atual, mas sim de outro patamar.



Desse modo, o que se deve ter como ponto de vista ao obter uma prancha clássica, é que o seu surf em si é de difícil compreensão. É um surf que exige inteligência e muita ponderação. Um surf de linha e de trilho. Portanto, a evolução do surfista não está na melhor marca, não é a prancha em que o campeão de campeonatos mundiais está utilizando e não é a mais cara, mas sim aquela em que faz o entusiasta voltar às primeiras sensações sobre a prancha, com uma percepção virgem e ingênua: como o surf nunca deveria ter deixado de ser.



Lucas Ávila Búrigo

09/05/2010

Poemas




"Ali, onde apenas um momento antes, havia só uma ampla desolação e um invensível rugido, está agora um homem, ereto, completamente desenvolvido, não mais lutando frenéticamente nesse movimento selvagem, não sepultado, não espremido, e não açoitado por esses monstros poderosos, mas à frente de todos eles, calmo e soberbo, equilibrando no topo da vertígem, seus pés estão enterrados na espuma agitada, o vapor do sal subindo pelos seus joelhos e todo o resto de si ao ar livre e ao sol, e ele está voando pelo ar, voando para frente, voando rápido como as ondas onde está. Ele é um mercúrio. Seus calcanhares são alados e neles está a rapidez do mar! " - Jack London, 1907, em A Royal Sport Surfing at Waikiki.

"Os homens são simplesmente os guardiões que sustentam a vida e alimentam a alma da terra. Portanto, o aina é sagrado. A igreja da vida não está em uma construção, é o céu aberto, o oceano ao redor, a beleza do solo..." - George Helm.

29/04/2010

Projeto

Meus caros, logo uma novidade antiga nasce no berço de Santa Catarina: Pat Curren's Big Gun Model, 11'5 pés.




19/02/2010

A real Banzai Pipeline



Bem vindos a mais um capítulo de Back To Singlefins. Neste dedicarei aos amantes de Banzai Pipeline e seus poderosos “reefs” misteriosos. Como registrado e comercializado, o trecho em que Ricky Grigg, Mike Stange e Greg Noll se depararam com uma tempestade colossal mostrando não deixar pretendentes que Banzai Pipeline se tornou um dos picos mais intrigante na época de 60 e 70.

Banzai Pipeline, como todos sabem, é um pico traiçoeiro e com uma arrebentação muito perigosa, fato este por ter sido um dos últimos picos de ondas grandes a ser desbravado. A localização desta bancada rasa faz com que as ondas quebrem muito perto da praia. A onda é selvagem e rápida onde qualquer “incoming” vaca faz com que o surfista seja sugado novamente pelo lip e remessado para baixo contra os referidos corais.

Todos aclamam que Phill Edwards foi o desbravador desta praia, mas há relatos que muitos outros surfistas já pegaram onda nesta praia com pranchas ou até mesmo surf de peito, a respeito disto, será apreciado em outra publicação.

Por volta dos anos 50 e 60, no qual eu chamo o fim da era de ondas grandes, a terceira bancada de Banzai Pipeline quebrava raramente, era o famoso Elefante-Branco, pois o swell tem que estar liso e na direção certa para atingir a bancada, o vento em conforme, enfim, tudo tem que estar a favor.

Greg Noll explica, “Eu estou falando bem mais atrás! Primeiro tem as ondas de Inside Pipeline (primeira bancada) onde Phil Edwards – supostamente – desbravou e onde todo mundo surfa atualmente. Os campeonatos também acontecem ali. Diversas jardas adiante têm o lugar chamado Outside Pipeline (segunda bancada), que de vez em quando quebra quando a primeira bancada está muito grande e perigosa. Mas não é a bancada que eu estou falando. Inferno, aquela coisa que eu surfei quebrou quase a uma milha de distância, no extremo da água escura...”

“Isso aconteceu em um dia de novembro de 1964. Waimea estava close-out, Sunset estava insurfável e a primeira bancada de Pipeline estava uma bagunça. Tem uma foto aquele dia que me mostra abraçando a prancha – uma 11’6 – com o braço direito, olhando Pipeline quebrar. Essa foto foi usada como pôster para o filme Big Wednesdey – o original. O que muitas pessoas não entendem que aquela onda da foto era apenas o ‘rasinho’."

“Levou uma hora para que eu e Mike – Stange – entrássemos na água. Quando nós andamos até o nível da água, a gente não conseguia ver o que estava acontecendo lá fora, pois o raso estava muito grande. Então Ricky – Grigg – nos guiou, em cima da areia. Nós sabíamos que podíamos confiar no julgamento de Ricky. Ele ficou lá em cima da areia nos direcionando com quaisquer sinais que ele podia nos fornecer.”

“Para conseguir sucesso na entrada, a gente tinha que atravessar esse monstruoso raso e uma enorme correnteza lateral. Depois de analisar bem, nós notamos que havia um pico onde uma correnteza entrava pela lateral e formava uma calmaria, uma abertura onde podíamos obter vantagem da corrente e atravessar rapidamente a bancada do raso. O problema era que, a gente tinha que começar a mais ou menos trezentas jardas deste pico e remar com a correnteza, tempo certo este que nós iríamos ser jogados através desta ranhura em vez de voltar direto para a areia.”

“Nós fomos pegos e jogados para a areia pelo menos quatro vezes para até então conseguirmos. Nós começamos de manhã e terminamos gastando aproximadamente oito horas na água.”

Após três horas de remada, ambos conseguiram chegar à referida e querida bancada. “Quando nós chegamos naquela bancada distante, não havia ‘lineups’, nada para nos indicar onde tínhamos que estar. Apenas quatro sérias quebraram nesta bancada naquele dia. Nós vimos uma onda quebrar e remamos feitos loucos para chegarmos perto da espuma, para determinar a nossa lineup. A próxima onda quebrou em uma distancia de ¼ de milha de nós, então nós remamos forte para chegarmos naquele espumeiro antes que ele se dissipasse, com intuito de estabelecer uma referência. Então nós sentamos e esperamos aproximadamente duas horas até uma nova série surgir.”
“Havia aproximadamente de seis a oito ondas por série. O Sol bateu na face desses grandes muros d’águas onde terminavam na baía de Waimea fazendo uma beleza de tirar o fôlego. Era um dia surreal. Eu estava tão fascinado que eu parei de remar para apenas visualizar essa onda passar. Era como uma pureza, energia líquida. Então eu acordei e falei a mim mesmo: ‘É melhor você acordar, se esta onda quebrar em sua cabeça, você poderá acabar sendo sugado pelo espumeiro’.”

“Para estabelecermos uma lineup, nós lidamos com Kaena Point e um penhasco que fica atrás de Pupukea, pegando três ou quatro azimutes, até finalmente estabelecermos a nossa lineup naquele final de tarde, apenas uma onda particular veio. Foi a única onda que eu peguei naquele dia, e está permanentemente em minha memória.”

“A onda que eu peguei naquela bancada neste dia formou uma parede com mais de 25 pés mais ou menos uma milha de distância de mim, à minha frente. Era uma esquerda, então estava surfando em backside, goofyfoot, e foi uma sensação horrível. Em vez de ficar menor enquanto eu a surfava, a desgraçada crescia sobre mim. Ficou maior e maior, e eu comecei a ir mais rápido e mais rápido, quando eu estava totalmente travado. Parecia que eu era um homem do espaço praticando uma corrida no vácuo. Primeiramente, eu podia ouvir a minha prancha deslizando na crista da onda em um ritmo constante. Assim que a minha velocidade crescia, o barulho começava a ficar menos constante. De repente não havia nenhum barulho. Por mais ou menos 15 ou 25 pés eu estava no ar. Então, finalmente, eu fui jogado da minha prancha”.

“Quando eu atingi a água, pensei que eu iria me afogar. Eu sofri bastante antes que eu chegasse a superfície e a me preocupar com a próxima onda. Era uma gigante, também. Eu vi Mike remando nessa onda, mas ele tinha uma prancha menor do que a minha, fazendo com que não conseguisse velocidade o suficiente para fazer o drop...”.

"A pessoa tem que passar através de medos totalmente reais para começar a ter aquela decisão se dever ou não ir automaticamente. Você deverá decidir o quando estará disposto em correr tal risco, o quanto está disposto em desistir. Sua vida? Talvez. Isso depende o quanto você deseja essa onda.”

Após perder sua prancha, Noll obviamente nadou até a beirada da praia com auxílio de Mike.

“Naquele dia de Pipeline, Mike e eu sentamos na areia em olhamos praquela coisa aproximadamente duas horas. Nós estudamos as linhas de espuma, checamos a direção da corrente, botamos todas as circunstancias juntas e bolamos um plano.”

Em minha opinião, esse foi um dos episódios que mais me intrigaram da história do nosso esporte. Atualmente, eu pergunto para o pessoal que curte o surf progressivo a respeito de uma terceira bancada de Pipeline, e todos respondem sempre a mesma coisa: “Terceira bancada?! Tais louco, né? Não existe isso”.

Sou grato por saber a história desta praia e pretendo demonstrar para o pessoal que se interessa por ela os homens que se aventuraram e quase perderam as suas vidas fazendo aquilo que gostam, sem pressão, sem platéia, sem premiação, sem auxílio, sem leashs, apenas com seus instintos e o amor pelo mar.





Bibliografia: Legendary Surfers & Youtube.

08/02/2010

Registros de Makaha

Fotos por Walter Hoffman:
Wally Froiseth, Makaha. 1953.


Bob Simmons & Flippy Hoffman. Makaha. 1953.

Buzzy Trent era conhecido também por ser ótimo na prática da
pesca submarina. Makaha. 1953.

Buzzy Trent & pranchas. Notem a transição das rabetas antigas para as novas.
Makaha house. 1953.

Flippy Hoffman & Buzzy Trent. Makaha house. 1953.

Flippy Hoffman. Makaha. 1953.

George Downing, Flippy Hoffman & Buzzy Trent,
testando o novo design da big gun. Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Makaha. 1953.

Ted Crane. Makaha. 1953.

20/01/2010

Longboarder

Good morning, Vietnam!

Bem vindos a mais um capítulo de Back To Singlefins. Devo dedicar esse caloroso capítulo à este ano que nasceu e aos meus leitores fiéis e interessados na história do nosso glorioso meio de vida.

Não há gratificação maior quando, após muito esforço na publicação de um capítulo, leitores apreciam e comentam deixando suas opiniões ou até mesmo as suas visões daquilo tudo que os rodeiam na água, tanto brasileiros, como estrangeiros que também mandam email de longe versificando os seus pontos de vista. Há de notar a grande diferença entre as argumentações nativas e estrangeiras. Bom, a respeito desta tese, devo deixar para uma próxima publicação não muito distante.

Neste capítulo, indicarei a todos vocês, sem exceção, uma obra prima e crucial em nossa biblioteca cinematográfica, tal obra simplesmente e precisa chamada Longboarder. Como um historiador deste meio de vida e um estudante de Direito, ao estudar certo objeto, eu procuro sempre não formalizar uma opinião logo a primeira vista e apreciar qualquer referência voltada ao assunto em tese. Não podemos agarrar e nos basear naquilo que a gente acha certo logo em vista, o nosso objetivo é encontrar a real história visando em todos as direções possíveis.


Após a explosão dos filmes de Gidget, no qual a seqüência desta obra estereotipava a atitude dos surfistas da década de 50 e 60 os julgando de “surfing bums” quem era visto com os típicos calos nos joelhos de tanto remar ajoelhado, a sociedade começou a ver os surfistas com outra visão, vez que a moda era ser rebelde em face da sociedade, fazendo com que ficassem com o pé atrás quando se tratavam “dessas pessoas”.

A década de 60 foi se passando com o mesmo preconceito até o lançamento do filme Endless Summer de 1964, cujo criador Bruce Brown pôs dois pontos de vista que abalou o mundo, não só surfistico, mas também simpatizante. O primeiro ponto de vista foi as viagens fora de roteiro em que os surfistas Mike Hynson e Robert August pegaram, como África, África do Sul e Taiti, saindo do básico como Hawaii, Califa, Nova Zelândia e Austrália, abrindo os olhos do mundo que com bastante dinheiro e tempo poderá percorrer ondas perfeitas no mundo inteiro.

O segundo ponto, foi o balde de água fria na visão estereotipada em que os surfistas eram estúpidos e rebeldes, neste ponto, após o lançamento do filme, pessoas realmente começaram a ver os surfistas de outro jeito, mas não como antigamente, pois mostrava os dois astros principais saindo do avião de terno, com suas pranchas em baixo do braço e cabelos lambidos com todo o dinheiro do mundo a gastar. Isso realmente foi a diferença da água para o vinho.

Como o nosso país é pobre em recursos, tanto de filmes, quanto de livros, certos filmes que fizeram sucesso antigamente e que são indispensáveis em nossa biblioteca cinematográfica são muito difíceis de serem encontrados. Os únicos filmes antigos que circulam em nosso comercio são apenas feitos pelo não menos importante Bruce Brown, eis que o mesmo mostra um lado mais da elite do surf, deixando a imagem dos surfistas como foi mencionado anteriormente.

Não é o caso de Hal Jepson em sua obra Longboarder, um filme de difícil acesso. Este filme mostra o lado underground dos surfistas californianos nos anos 50 e 60, deixando evidente a juventude e a rebeldia que aquela época sofria. Um filme hilário como nenhum outro, diferentemente dos filmes de Bruce Brown, pois volta-se mais ao lado do jazz – Bud Shank -, Jepson capturou o espírito contemporâneo introduzindo na trilha sonora de seu filme as surfs musics em apenas uma seqüência.

Diferentemente de Brown ou Greg Noll, Jepson mostrou o lado mais rebelde e hilário, momentos como Pat Curren ser dono de uma concessionária, mas na real era um ferro velho, posteriormente ao se dirigir para Makaha, o mesmo joga o seu carro falho ladeira abaixo. Outro momento de destaque foi entre um shaper totalmente inexperiente e seu bloco de poliuretano.

Apesar de ser voltado ao lado underground do surf, esta obra não deixa de capturar certos surfistas da nata em ação, surfistas como: Greg Noll em Pipeline e Sunset Beach; Kemp Aaberg quebrando a vala em Rincón; Peter Cole, Mike Hynson e Phill Edwards em Sunset Beach; o famoso “Grandpa Conrad” em Ala Moana, cujo surfista em seus “100 pound” é capturado no filme Endless Summer na praia de Haleiwa; Pat Curren em Waimea; John Pack em Pipeline; David Nuuhiwa e Mickey Dora em seus longos noserides; Mickey Munoz em Malibu; e, por último, Butch Van Artsdalen sendo capturado pela onda que o transformou em Mr. Pipeline.

Editei três vídeos para vocês terem certa noção do que o filme Longboarder se trata.





Edição do trailer.



Edição das cenas mais impolgantes desta obra.



Um trecho em que mostra Pipeline em seus primeiros anos de desbravamento.