Em 1969, Greg mais uma vez retornou ao Hawaii, e parecia que chegou na hora certa e no momento certo. Em 4 de dezembro um épico swell chegou na costa. O surf estava gigantesco. As casas foram lavadas da Avenida Kam, conseqüentemente, para chegar à sua amada baía, ele teve que contornar os bairros e resorts, onde um enorme swell estava quebrando sobre a baía e não podia ver nada além de espumas e ondas ao horizonte – sem surf naquele local.
Então Noll pegou a estrada devastada com crateras e pedaços de casa em torno de Kaena Point para o lado Oeste e velha Makaha, onde ele pegou a sua última onda de sua carreira de surfista – a qual fez seu nome gravar para a história do surf no qual conta a vocês hoje – uma onda gigantesca que nenhum homem havia remado. Esse foi seu “adios”. Greg diz, “foi esse dia que a minha fixa caiu e minha vida fez uma reviravolta”.
No final da década de 60 houve tanto a reviravolta na vida de Greg, quanto na cultura surfística e geral – com os longboards sendo substituídos pelas shortboards, e a cultura hippie em face da guerra do Vietnam. “Era uma coisa totalmente diferente, para mim era repulsivo. Eu não entendia isso. E quando o meu pai faleceu, eu estava pronto. Eu pensei que a culpa de San Andreas iria cair rachar e toda L.A. iria descer direto para o esgoto”, diz Greg a respeito.
Em dois anos, Greg havia vendido sua fabrica, botou 15 anos de papéis de trabalho dentro de caixas temporárias em sua garagem (e que ainda está lá). “Laura – mulher de Greg – e eu pegamos um pequeno trailer que eu havia concertado e dirigimos todo caminho até o Alaska procurando um lugar para nós estabelecermos uma nova vida. Nós ficamos por aqui, e conheci alguns índios, então subimos e caçamos veados e pescamos por mais ou menos uma semana, e assim que eu disse, ‘É isso!’, e a maioria disto não parava de acontecer!”.
“Aqui” era Crescent City, onde Greg e Laura atualmente ainda vivem empoleirados no topo de Smith perto do Cabo Hole, um dos melhores lugares a pescar truta no rio. Greg se entranhou no comércio pesqueiro na década de 70, possuiu um barco e fez jus àquilo. Pegou massas de peixe, mas nunca navegou muito longe da costa. Laura e Greg criaram e educaram sua filha Ashyline e Jed. Mais tarde, a primeira esposa de Greg e seus filhos, Tate e Rhyn se mudaram para a área. A vida havia se acalmado em um ritmo que, por volta de 1985, Greg recebeu uma ligação de seu antigo amigo, Buffalo.
“Então Buffalo me liga, e me diz, ‘Hey, venha para o Sul, beber cerveja’, eu respondi, ‘Onde está você?’, ele respondeu, ‘”Eu estou em um espetáculo esportivo no sul da Califórnia’. Então Laura e eu viajamos para lá, andamos para dentro desta convenção, onde era onde tudo estava acontecendo – garotas com seus peitos ao vento, pessoas vendendo tudo em nome do surf – e eu estava visualizando todos esses Gotchas e Quiksilvers e Billabongs”.
“Continuando, fiz amizade com Jeff Wetmore, a quem era responsável por este espetáculo. Acabamos ficando bem amigos – pescando, indo para Baja – e conversávamos, e ele começou a puxar essas histórias de mim, finalmente me dizendo, ‘Greg, nós precisamos registrar tudo isso antes que você caduque’. Então ele me apresentou a Andrea Gabbard, e foi assim que lancei o livro (Da Bull: Life Over de Edge). Entre este tempo, Jeff me pede, ‘Olha, eu quero que tu me faça uma prancha – qualquer coisa que você querer – com laminações de redwood ou qualquer coisa’. Eu construí uma prancha, ele a botou pendurada em sua parede e eu nunca mais parei daí em diante”.
Atualmente, Greg trabalha com seu artesão e filho Jed, fazendo em média doze pranchas por ano. Cada uma, uma clássica recriação ou inspiração, sendo aplainadas, cinzeladas, e esculpidas por madeiras redwoods, Koa hawaiiana, cedro Pord Orforf, ou outros tipos de materiais que os historiadores simpatizantes pedem. Fazendo recriação das antigas Olos, das pranchas de Duke Kahanamoku, dos raros Hot Curls, as pranchas de Simmons, e outras especiarias. As maiorias das encomendas custam milhares de dólares e são de colecionadores que não botaram estas muito cedo na água. Greg é um perfeccionista, sendo suas pranchas bastante requisitadas, tendo todo o trabalho que ele precisa. Enquanto isto, há um gigantesco interesse apenas das pranchas antigas.
Whitey Harrison, Doc Ball, Leroy Grannis
Pranchas que em 1962 ele vendia por R$ 120, hoje atualmente pode chegar dos 5 à 10 mil dólares. Leilões de pranchas tornaram-se grandes eventos e muitas vezes tendo fóruns para levantar dinheiro para organizações sem fins lucrativos. O mercado dos colecionadores está no auge, e algumas das mais desejáveis pranchas são as de Greg.
Enquanto a história do nosso esporte vem cada vez mais documentada, a história das pranchas, como uma expressão de progressão de designes e materiais, assume uma concomitante importância. Para os historiadores, assim como eu, estes veículos são uma sublime interpretação do espírito criativo dos tempos. Mas a arte de Greg Noll encontrou uma culminação ao se basear nas pranchas primitivas – primitiva não em sua função ou estética, mas sim em seu histórico e criadores. As curvaturas e músculos das quebrantes ondas estão talhadas entre esse raro, e feito à mão trabalho, e a inspiração de Noll é encontrar um essencial casamento da memória sólida inerente à madeira, com a rápida movimentação de forma inerente da onda.
"Nolldini"
“Aqui está ela, a mesma linda mulher (se referindo a Waimea Bay), mas só que agora está paquerando a próxima geração e a geração seguinte. Mas a última vez que a vi, eu juro por Deus cara, eu a olhei e notei que ela piscava para mim. Você sabe, quando aquela série grande vinha, o sol dançando sobre ela e o vento a acariciando, ela me olhou e disse: - Ei Greg Noll, eu lembro de você.” – parte retirada do filme Riding Giants na qual faz qualquer um se emocionar.
Bibliografia: Riding Giants; Greg Noll - The Art Of The Surfboard