31/08/2009

Greg Noll: Parte II

Foi assim que começou a carreira de Greg. Ao retornar para Califórnia, se casa com sua namorada de colegial, trabalhando como salva-vidas e fazendo pranchas. Entrou fundo no estilo de vida retornando todo inverno ao Hawaii, onde ele encontrava o seu desafio em ondas gigantes fazendo com que seu limite fosse seu próprio medo puxando ainda mais. Greg se torna rapidamente amigo de um grupo de surfistas locais de grande espírito, notavelmente Buffalo Keaulana e Hanry Preece. Ele surfou grandes dias ao lado de Buzzy Trent, José Angel e Pat Curren. Greg autorizou Waianae Tailor M. Ni’i para fazer a ele um par de bermudas estilo presidiário (branca e preta), quase uma gozação, assim ficando um símbolo de seu crescente fascínio pelas ondas grandes.


As ondas de Waimea Bay eram conhecidas como kapu (proibidas) para os surfistas desde 22 de dezembro de 1943, quando Woody Brown e Dickie Cross tiveram sua terrível história passada por estas águas (http://backtosinglefins.blogspot.com/2009/05/dickie-cross-22-de-dezembro-de-1943.html). Mas no dia 7 de novembro de 1957, claramente em sua instigação, Waimea foi surfada pela primeira vez por uma dúzia desafiadora de surfistas, incluindo no meio Pat Curren, Harry Schurch, Del Cannon, Mickey Muñoz, Mike Stange, Bob Barmell, e não menos importante, Greg, proclamando o fim do tabu.




Diz Stange, “No primeiro dia em Waimea, ninguém tinha esta idéia de surfar aquelas ondas, exceto Noll”. Dalí em diante, a perseguição de ondas grandes estava apenas começando.

“Greg era bom e engraçado para surfar junto porque era tão competitivo! Quando ele era jovem, era um surfista hotdog, mas quando começou a ficar velho e maior, ele se focou em ondas maiores. Ficava sentado lá fora com José Angel, Ricky Grigg, George Downing, e o resto da gangue, e se alguém de nós pegássemos uma onda boa, ele imediatamente remava para mais fora ainda e sentava lá, hiper-ventilando, esperando uma onda maior ainda! Uma coisa que eu me lembro é quando ele pegou uma onda gigante e eu juro que ele estava com os olhos fechados”, Peter Cole brinca e relembra.

Greg queria surfar também outros tipos de ondas também, seguindo os passos de Bud Browne, filmando o surf e os surfistas de Austrália, Hawaii, e México, produzindo seu primeiro filme, Search For Surf, demonstrando em casas de clube e auditórios de cima para baixo da costa e nas ilhas. Ele fez mais três filmes – “tão bons que não haviam outros”, diz Bruce Brown.

No meio dos anos 60, Gidget foi para Hollywood, o surf explodiu, e a bermuda-presidiária de Greg se tornou um ícone cultural, simbólico das ondas grandes e um destemido compromisso. Noll se tornou um monólito vivo de ondas grandes. Em dezembro de 1964, ele fez jus ao seu limite, remando ao mar adentro em um dia gigantesco para surfar nas magníficas ondas da Terceira Bancada de Pipeline.




Enquanto isso, ele apostou sua reputação (e suas consideráveis habilidades de shapear) daquela primeira garagem no qual ele surfava para finalmente para a fabrica Greg Noll Surfboards’ Hermosa Beach, na qual se fazia de tudo lá dentro.

Dentro deste curso que estava durando 10 anos, pranchas de surf progrediram de Balsa para a tecnologia poliuretano e fibra de vidro, fazendo com que ficasse a tempo para tal demanda.

Em fato, a crítica falta de Balsa coincidiu precisamente com os avaliáveis novos materiais. As operações de Noll foi o eixo-central de uma nascente indústria de surf, sendo seguido por outros severos fabricantes (incluindo Jacobs, Bing, Rick, e Dewey Weber em Venice), que coletivamente fez com que South Bay fosse o centro do universo das pranchas. A maior fabrica de todas era a de Noll, na qual era a única que tinha tal habilidade de produzir os blocos de poliuretano independentemente.

“Nós começávamos com 50 galões de material entrando na saída de traz do prédio. Nós misturávamos os polímeros para fazer a espuma e trazíamos o resto do ingrediente para pôr tudo em um misturador automático, que seguidamente entravam em um molde e saíam como blocos de poliuretano. Havia uma maquina que cortava as extremidades e cola para colar as longarinas, assim, deixávamos repousando. Finalizando, as pranchas eram shapeadas, laminadas, a quilha era colocada, lixada, polida, pintada e depois polida novamente. Isso começava num extremo da fábrica e saía pranchas de surf no outro. E cada um desses passos tinha um departamento distinto um do outro, a gente tinha 67 homens trabalhando ao mesmo tempo”, diz Noll.





12/08/2009

Greg Noll: Parte I

O que eu poderia dizer a respeito de Greg? Acho que eu não teria uma argumentação suficientemente satisfatória para descrever tal ícone do surf, um grande desbravador e shaper, um ótimo salva-vidas e um remador nato. Greg é o avô que todo neto queria ter.


Conhecido como “Da Bull”, nasceu como Greg Lawhead em 11 de fevereiro de 1937, trocando seu nome após sua mãe, Grace, se casar com Ash Noll, um químico. Eles viviam perto do píer da praia de Manhattan, onde o jovem garoto trabalhava como pescador e lavador de prato. Fora do píer, aumentava sua sabedoria sobre a pesca sentindo a euforia das “cook box” e das pranchas de redwood deslizando as ondas abaixo. Isso, ele pensava, que era aquilo que queria fazer em sua vida.

Naquele tempo, as típicas pranchas pesavam de 28 a 45 kg, e o surf era praticamente para os homens. Mas na praia em baixo do píer, um jovem chamado Dale Velzy estava shapeando pranchas com as inovadoras madeiras Balsa, sujando a praia em volta do Manhattan Surf Club com as aparadas de madeira de sua nova “Malibu chips”. Estas chips eram menores e mais leves, facilitando que crianças e mulheres pudessem surfar.

Em 1950, em conseqüência da ampla sujeira que ele estava causando, Velzy foi forçado a mover seu trabalho da praia para um lugar não muito longe. Seu novo lugar foi em Manhattan Beach Boulevard e Ocean Drive foi a primeira loja de surf no mundo, e para Greg, que havia sido seduzido pelo encanto de seu mentor, este foi um extraordinário lugar onde um punhado de madeira entrava pela porta e saía como pranchas.

Dale Velzy tinha um forte caráter – um beberrão e um amante de mulheres e carros velozes. Passando a maior parte de seu tempo livre rodeando a antiga loja de Velzy, que Greg aprendeu suas habilidades fundamentais de shapear e laminar pranchas. Aprendeu o básico de trabalhar em Balsa, tecido e resina. Começou a trabalhar como reparador de pranchas, onde mais tarde foi promovido para um status mais confiável enquanto a balsa entrava em moda. A Balsa na época (atualmente também) era muito cara, então os surfistas traziam suas pranchas típicas do Pacific Home Systems para re-shapear, onde eram feitas com combinações de redwood e Balsa. Retirando as bordas de rewood da prancha e modelando a prancha somente de balsa.

Isso tornou o ofício de Greg em remover as madeiras velhas das pranchas e mandar para Velzy fazer seu trabalho modelando uma prancha mais contemporânea e limpa, assim laminando após. A primeira prancha que Greg shapeou foi de um rapaz chamado Jerry Cunningham, cujo rapaz trouxe a prancha para ser re-shapeada e transformada em uma nova “Malibu chip”. Após de ter retirado as redwood da prancha, Greg trouxe para Velzy terminar o trabalho, mas como Velzy havia esquecido, Greg aproveitou e pegou suas ferramentas e shapeou a prancha por completo. Quando Velzy chegou e viu a prancha pronta, ele olhou para Greg... olhou para a prancha... olhou para Greg... olhou para a prancha... foi daí que Greg tocou a última vez nas ferramentas de Velzy.
Obviamente que o dono da loja havia reparado certa competição futura, em diante, Greg começou a fazer sua própria prancha.

Noll shapeou sua primeira prancha entre o varal do quintal de casa de seus pais, mas foi rapidamente banido quando seus pais testemunharam a catastrófica conseqüência de todo o processo. Então mudou seu trabalho para uma garagem de duplo espaço em Homer Street em Manhattan Beach começando, assim, a construir pranchas para si e seus amigos. Ele tinha uma dádiva no quesito trabalho artesanal, rapidamente fazendo com que suas pranchas fossem singulares pela vizinhança.

Enquanto isso, Greg estava desenvolvendo suas habilidades na água. Embora ele fosse um garoto rígido, ele era forte. Era um ótimo remador (alguns dizem que 90% do surf é a remada) mais tarde tornando-se um salva-vidas de Los Angeles. Tirou em 3º lugar em uma travessia chamada Catalina – uma remada de 26 milhas da ilha ao continente – apesar de ter se perdido na neblina e ter chegado à terra firme 6 milhas acima da costa. O treino de salva-vidas deixou ele em uma forma física elevada dando a ele um ótimo conhecimento dos riscos do oceano, assim o prevalecendo em ondas grandes.

Surfando nas menores, mais radicais e leves pranchas de madeira Balsa que Velzy o ensinou a construir, Noll se transformou um dos melhores surfistas de “South Bay” e Malibu, tendo seu estilo próprio e copiado no meio da década de 1950. Mas ele descobriu o seu amor verdadeiro nas ondas grandes encontrando um lugar perfeito a isso em Lunada Bay, fora da península de Palos Verdes, na qual recebia os típicos swells de inverno tanto no quesito estabilidade quanto no de tamanho e potência.

Aproximadamente em 1954, quando seus amigos mais velhos começaram a imigrar às ilhas hawaiianas em busca de ondas grandes de Makaha, o garoto de 16 anos estava apto para o desafio. A tentação do Hawaii por Greg e seus amigos californianos foi registrada por Bud Browne, um cinegrafista no qual criou o gênero filme surfístico. Suas imagens de ondas transparentes sendo alisadas gentilmente pelas brisas tropicais foram muito para resistir, mas a realidade de viver e surfar nas ilhas veio com um preço. Greg tinha que merecer o respeito dos locais do relativamente isolado lado oeste de Oahu, isso mais tarde significaria em levar uma surra. “Eu achava que era um pequeno preço a pagar para ter a chance de tomar cerveja, ouvir a música ao vivo, e ser parte da gangue”, diz Greg.


Foi a sua remada que mereceu Noll um lugar no time de salva-vidas U.S. que viajou para Austrália para competir a remada e o surf-salvamento coincidente com os Jogos Olímpicos de 1956 em Melbourne. “Mike Bright, Tommy Zahn, Bob Burnside, Bob Moore, e eu trouxemos as nossas pranchas para Torquay”, Noll relembra, “Isso foi depois da corrida de remada, e Mike Bright e eu pegamos as nossas pranchas e remamos para dentro d’água. Eu me lembro de ter pego uma onda, virar um pouquinho, e fazer um pequeno cutback, e então olhei todas essas pessoas gritando em torno da praia, eu pensei que alguém havia sofrido algum ataque no coração”.

Naquela época, as pranchas australianas tinham como modelo-base somente a prancha de Duke, quando este visitou o continente em 1914 deixando sua prancha para os locais seguir em frente a prática. Sendo que em 1956 a última geração de pranchas eram as Cook Box e as Redwood Planks. Um grande crowd tomou conta da praia, junto com a imprensa, fazendo Noll e sua companhia, primeira página do jornal Sidney.

O patrocinador da Olimpíada, Ampol Oil, filmou tudo, fazendo circular em quase todos os clubes de surf do país. Daquele dia em diante, o Aussies ainda chama as pranchas tradicionais de “Mal”, em consideração às Malibu’s ships.Greg bota em questão, “O surf em si tem uma relação na cultura australiana. Se não fosse nós, poderia isso ter acontecido com qualquer outra pessoa, mas o nosso surf atingiu feito um cometa. Da carroça eles partiram para o Porsche”.