17/05/2009

Surf Moderno: parte II

O surf reviveu e refloresceu na abertura do século XX, quando as autoridades religiosas nas ilhas foram substituídas pelos interesses do turismo e agricultura. A ampla vaga nos campos de Waikiki foi sinônimo do recém vigorado esporte. Duke Kahanamoku, George Freeth e Alexander Hume Ford eram as personalidades que lideravam na época. Mais tarde, o inglês-havaiano Freeth foi creditado como o primeiro dos que reviveram a arte de surfar em pé (desconsiderando outros que ainda permaneciam a surfar deitados ou ajoelhados) e também considerado um dos precursores a acompanhar a parede da onda em vez de ir reto em direção à costa.


George Freeth

O energético Ford nasceu na Carolina do Sul, adotou imediatamente o surf após sua vinda ao Hawaii em 1907 tornando-se também um grande promotor do esporte, e no ano seguinte fundou o Outrigger Canoe Club em Waikiki – primeira organização de surf. Ford também promoveu a Freeth uma visita ao americano escritor Jack London, que cujo publicou um artigo sobre o esporte em 1907 na Woman’s Home Companion, dando aos americanos a primeira descrição detalhada. London escreveu, “um esporte de realezas para os reis naturais do planeta.” Freeth naquele tempo havia navegado para o continente introduzindo o esporte no sul californiano com uma série de demonstrações em lugares como: Los Angeles e Orange Country (1907 e 1908), primeiramente em Venice, seguidamente em Redondo, Huntington, e outras localizações.

Por décadas, acreditaram que Freeth foi o primeiro a surfar no continente. Isso foi mais tarde revelado que os irmãos Jonah, David e Edward Kawananakoa, enquanto lecionavam em um internato em Santa Cruz em 1885, foram surfar na foz de San Lorenzo usando pranchas de madeira redwood de seus próprios designes. Locais podiam ter acompanhado, mas não se popularizou, devidamente pela água muito fria do norte da Califórnia.

O fomento de Ford para com o novo esporte teve continuação em seu artigo de 1909 em Collier’s, onde ele bota em pauta que junto com os entusiastas do esporte em Waikiki, também era incluído no meio disso tudo os “Juízes da Suprema Corte do Hawaii, suas mulheres e crianças, ex-governadores e suas famílias, entre outros como grandes empresários”. Já nesse tempo, o adolescente Duke Kahanamoku era considerado um dos melhores surfistas de Waikiki, ficando conhecido também como um nadador medalha de ouro nas Olimpíadas de 1912. Enquanto ele viaja para e da Europa, surfou com Freeth na Califórnia, introduzindo o esporte também na costa Leste americana, em Atlantic City, e Nova Jersey. No final de 1914 e começo do ano seguinte, fez várias demonstrações na Austrália e Nova Zelândia.

Surfistas daquele tempo geralmente usavam pranchas de madeira redwood medindo 10 pés de comprimento e pesando mais de 30 kg, e o estilo sobre os pesados equipamentos era: uma posição ereta, costas inclinadas levemente para traz, com a cabeça e queixo acentuados. A inclinação era parte dos repertórios dos grandes surfistas avançados, mas a falta de quilha era lentamente coaxial para qualquer mudança de direção, ir reto para fora da onda era comum, e surfistas freqüentemente demonstravam seus comandos pelo simples ato de posicionar os braços curvando e flexionando-os.

A praia de Waikiki foi se tornando um ponto internacional de férias para os famosos e bem de vida, a imagem do surf foi em grande parte definido por fotógrafos de paisagens exóticas, homens e mulheres radiantes correndo em direção da costa com Diamond Head ao fundo. Amélia Earhart, Babe Ruth, e Prince Albert foram dentre as celebridades que se levaram ao surf à Waikiki, também o esporte foi brevemente exposto nos filmes de Hollywood, filmes como Bird Of Paradise e Waikiki Wedding. Um grupo de profissionais garotos de praia – Beach Boys – trabalhavam como guias turísticos ao longo das praias de Waikiki, gastando seus tempos de folgas surfando, compondo músicas, “contando histórias”, e ajudavam também através do surf uma conduta relaxante. Em 1919 George Freeth falece devido a uma epidemia de gripe, mas não antes de se tornar o primeiro salva-vidas profissional do país, fazendo dúzias de notórios salvamentos.

Pequenas comunidades de surf se formaram através da Califórnia durante este período, da Baía de San Francisco até San Diego. Regionais clubes de surf se organizaram, primeiramente em 1928 – fundado o Pacific Coast Surf Riding Championships – se estabeleceu em Corona Del Mar, depois San Onofre – trazendo junto dúzias dos melhores surfistas de norte ao sul da costa. Tom Blake estreou sendo o primeiro num evento de remada de Pacific Coast, usando uma prancha oca de seu próprio designe. A oca “cigar-box” de Tom Blake – era mais longa, mais leve e mais instável do que as pranchas convencionais (planks) – começou a ser comercializada em Los Angeles no começo da década de 30, ajudando a introduzir o esporte para centenas de iniciantes. Blake originalmente também era o fotógrafo de surf (um portfólio de seu trabalho foi publicado em 1935 numa reportagem na revista National Geographic). Inovador das quilhas (juntamente com Woody Brown, em La Jolla, em 1935, Tom Blake introduziu uma quilha em sua prancha oca de 14 pés nas ilhas do Hawaii) e autor do primeiro livro de surf (Hawaiian Surfboard, também em 1935) e alguns artigos de “faça-você-mesmo” de construção de pranchas na Popular Mechanics e Popular Science.


Tom Blake.


Em uma linha similar de desenvolvimento em Austrália, haviam surfistas que se consideravam um subconjunto da Associação dos Surfistas Salva-vidas. Sidnei era nacionalmente conhecido como a praia popular dos surfistas, mas no começo da década de 40 os clubes de salva-vidas, preenchidos de surfistas, se estabeleceram nos estados de Queensland, Victoria, sul e oeste de Austrália. Surfistas favoreceram as pranchas ocas do que as pranchas convencionais, em grande parte por que as pranchas ocas eram os veículos de salvamento dos salva-vidas.

O designe das pranchas andou um passo a frente no ano de 1937, quando um grupo de adolescentes de Holulu, incluindo John Kelly e Wally Froiseth, inventaram as pranchas hotcurl (como havia dito anteriormente), possibilitando os surfistas a surfarem nos lugares mais críticos das ondas em ondas de 12 a 20 pés.

A Segunda Guerra Mundial trouxe o fim da fase moderna pioneira, quando surfistas alistados e transferidos para o exterior foram obrigados a se armarem contra os Japoneses nas mais populares praias dos continentes. Colônias de surf se estabilizaram em Durban na África do Sul, Lima no Peru e de norte a sul da America. O esporte foi exportado para a década seguinte para França, Inglaterra, Canadá, Espanha, Brasil, Irlanda entre outros.


Osmar Gonçalvez, em sua prancha de 80kg. São Paulo.

Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Iván Osío disse...

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