20/01/2010

Longboarder

Good morning, Vietnam!

Bem vindos a mais um capítulo de Back To Singlefins. Devo dedicar esse caloroso capítulo à este ano que nasceu e aos meus leitores fiéis e interessados na história do nosso glorioso meio de vida.

Não há gratificação maior quando, após muito esforço na publicação de um capítulo, leitores apreciam e comentam deixando suas opiniões ou até mesmo as suas visões daquilo tudo que os rodeiam na água, tanto brasileiros, como estrangeiros que também mandam email de longe versificando os seus pontos de vista. Há de notar a grande diferença entre as argumentações nativas e estrangeiras. Bom, a respeito desta tese, devo deixar para uma próxima publicação não muito distante.

Neste capítulo, indicarei a todos vocês, sem exceção, uma obra prima e crucial em nossa biblioteca cinematográfica, tal obra simplesmente e precisa chamada Longboarder. Como um historiador deste meio de vida e um estudante de Direito, ao estudar certo objeto, eu procuro sempre não formalizar uma opinião logo a primeira vista e apreciar qualquer referência voltada ao assunto em tese. Não podemos agarrar e nos basear naquilo que a gente acha certo logo em vista, o nosso objetivo é encontrar a real história visando em todos as direções possíveis.


Após a explosão dos filmes de Gidget, no qual a seqüência desta obra estereotipava a atitude dos surfistas da década de 50 e 60 os julgando de “surfing bums” quem era visto com os típicos calos nos joelhos de tanto remar ajoelhado, a sociedade começou a ver os surfistas com outra visão, vez que a moda era ser rebelde em face da sociedade, fazendo com que ficassem com o pé atrás quando se tratavam “dessas pessoas”.

A década de 60 foi se passando com o mesmo preconceito até o lançamento do filme Endless Summer de 1964, cujo criador Bruce Brown pôs dois pontos de vista que abalou o mundo, não só surfistico, mas também simpatizante. O primeiro ponto de vista foi as viagens fora de roteiro em que os surfistas Mike Hynson e Robert August pegaram, como África, África do Sul e Taiti, saindo do básico como Hawaii, Califa, Nova Zelândia e Austrália, abrindo os olhos do mundo que com bastante dinheiro e tempo poderá percorrer ondas perfeitas no mundo inteiro.

O segundo ponto, foi o balde de água fria na visão estereotipada em que os surfistas eram estúpidos e rebeldes, neste ponto, após o lançamento do filme, pessoas realmente começaram a ver os surfistas de outro jeito, mas não como antigamente, pois mostrava os dois astros principais saindo do avião de terno, com suas pranchas em baixo do braço e cabelos lambidos com todo o dinheiro do mundo a gastar. Isso realmente foi a diferença da água para o vinho.

Como o nosso país é pobre em recursos, tanto de filmes, quanto de livros, certos filmes que fizeram sucesso antigamente e que são indispensáveis em nossa biblioteca cinematográfica são muito difíceis de serem encontrados. Os únicos filmes antigos que circulam em nosso comercio são apenas feitos pelo não menos importante Bruce Brown, eis que o mesmo mostra um lado mais da elite do surf, deixando a imagem dos surfistas como foi mencionado anteriormente.

Não é o caso de Hal Jepson em sua obra Longboarder, um filme de difícil acesso. Este filme mostra o lado underground dos surfistas californianos nos anos 50 e 60, deixando evidente a juventude e a rebeldia que aquela época sofria. Um filme hilário como nenhum outro, diferentemente dos filmes de Bruce Brown, pois volta-se mais ao lado do jazz – Bud Shank -, Jepson capturou o espírito contemporâneo introduzindo na trilha sonora de seu filme as surfs musics em apenas uma seqüência.

Diferentemente de Brown ou Greg Noll, Jepson mostrou o lado mais rebelde e hilário, momentos como Pat Curren ser dono de uma concessionária, mas na real era um ferro velho, posteriormente ao se dirigir para Makaha, o mesmo joga o seu carro falho ladeira abaixo. Outro momento de destaque foi entre um shaper totalmente inexperiente e seu bloco de poliuretano.

Apesar de ser voltado ao lado underground do surf, esta obra não deixa de capturar certos surfistas da nata em ação, surfistas como: Greg Noll em Pipeline e Sunset Beach; Kemp Aaberg quebrando a vala em Rincón; Peter Cole, Mike Hynson e Phill Edwards em Sunset Beach; o famoso “Grandpa Conrad” em Ala Moana, cujo surfista em seus “100 pound” é capturado no filme Endless Summer na praia de Haleiwa; Pat Curren em Waimea; John Pack em Pipeline; David Nuuhiwa e Mickey Dora em seus longos noserides; Mickey Munoz em Malibu; e, por último, Butch Van Artsdalen sendo capturado pela onda que o transformou em Mr. Pipeline.

Editei três vídeos para vocês terem certa noção do que o filme Longboarder se trata.





Edição do trailer.



Edição das cenas mais impolgantes desta obra.



Um trecho em que mostra Pipeline em seus primeiros anos de desbravamento.